[RESENHA 001] A gloriosa excentricidade de Glorious
Antes de partirmos ao assunto principal, a
autentica experiência elaborada pelos criadores do filme pede o conhecimento
prévio de uma certa "piada" que é exposta de forma hilária na prévia
do filme.
Desde o princípio, me senti atraído por essa
"piada" e o que, no mínimo, os roteiristas fizeram para torná-la
eficaz por mais de uma hora. O resultado conto a seguir. Porém, aqui deixo o
aviso: pare de ler e vá assistir! Assista conhecendo apenas o necessário e se
surpreenda!
Entretanto, caso seja daqueles que precisam
ser convencidos... vamos de resenha.
Glorious é um filme de 2022, para os
desatualizados, um ano prolífico no que diz respeito a safra de wierd sci-fi
(aqui bastante lovecraftiano), a direção fica a cargo da Rebekah McKendry (conhecida
por outros dois filmes igualmente modelados: um terror cómico, explorando
outros gêneros) as estrelas do show são Ryan Kwanten (True Blood) e J.K.
Simmons, famoso por sua obsessão pelo Homem-Aranha. Todd Rigney, Joshua Hull e
David Ian McKendry ficam a cargo da história e roteiro, respectivamente.
É importante reiterar como esse time construiu
o filme a partir de um plot quase impossível de ser considerado, contudo do
primeiro minuto até o inserção dessa "piada",
todos os acontecimentos são sólidos, existe um caminho claro envolvendo o
expectador a um ponto em que dizemos a nós mesmo que faz sentido o protagonista
estar de cueca em um banheiro de uma parada aleatória e medíocre com uma
criatura interdimensional. É tudo orgânico e muito desde êxito cai na condução
dos dois atores e dos diálogos. Wes está em uma visível crise emocional por um aparente
termino com a namorada, e não sabemos o motivo. Ghat, cujo nome completo é
ensinado pela própria criatura de uma forma hilária, simplesmente não deseja destruir
toda a existência e precisa de Wes para evitar essa catástrofe. Cada fala, cada
ação, cada cena. Assim somos guiados à inesperada conclusão. Mas antes de
abordar esta parte, vamos tratar de um aspecto técnico do filme.
O gênero e seus subgêneros, especificamente. Glorious é uma mistura absurda, sem se prender de fato a nenhum de seus ingredientes. Ao longo dos 79 minutos de duração vemos traços de terror psicológico, um pouco de gore, obviamente uma boa parte de trash e em sua maioria os estereótipos do horror cósmico, porém o filme brinca excessivamente com a dinâmica de jumpscare e acaba se tornando enfadonho para quem procura, de uma maneira equivocada, um filme assustador, pois este nunca é objetivo do filme. Os momentos de "susto" servem mais para criar tensão e dar dramaticidade a cena que qualquer outra coisa. O gênero parece escolhido apenas por conveniência à "piada" e assim é até o ponto em que a força motriz do filme deixa de ser a "piada".
O aviso anterior é por consequência deste
fato. Assistir uma "piada", rir dela e notar como ás vezes o texto
fala um pouco sério demais, como existe algo a mais, dentro do hilário e chegar
no ponto de extrapolação da trama para ver que já não mais se trata do que
fomos levados a pensar. A melhor forma de expressar o que acontece é dizendo
que o filme traz um plot twist, mas não da trama, não do gênero, o roteiro é
sólido e tem uma conclusão inevitável e de fácil percepção quando temos uma
visão geral, a reviravolta acontece com o que nos é prometido no trailer! Sem
este conhecimento prévio, sem essa ideia, o coletivo não funciona tão bem, ter
lido este parágrafo inclusive diminui o efeito gerado na conclusão.
Glorious nasce e cresce como um meme estranho, curioso e engraçado, me
fez rir e é maravilhoso como no subir dos créditos eu continuei sorrindo e só para
constar: a parte engraçada havia acabado a uns dez minutos. Meu sorriso era por
ter decidido assistir um filme sobre um glory hole lovecraftiano e por essa experiência
ter acabado de uma forma tão digna e, porque não, gloriosa.
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